terça-feira, 16 de setembro de 2014

É Jongo, meu Camarada!

Salve o Jongo, camará! 
Salve o Jongo! Salve os Jongueiros! Salve Vovó Maria Joana Rezadeira!
Você tem alguma noção do que seria Jongo? Já ouviu falar? Vamos descobrir um pouco da história do Jongo, e de alguns Mestres.

O Jongo

Os negros montam uma fogueira e iluminam o terreiro com tochas.

Do outro lado, armam uma barraca de bambu para os pagodes, um arrasta-pé onde os casais dançam o calango ao som da sanfona de oito baixos e pandeiro.

À meia-noite, a negra mais idosa e responsável pelo jongo interrompe o baile, sai da barraca e caminha para o terreiro de “terra batida”. É hora de acender a fogueira e formar a roda. As fagulhas da fogueira sobem pro céu e se misturam com as estrelas. Ela se benze nos tambores sagrados, pedindo licença aos pretos-velhos – antigos jongueiros que já morreram – para iniciar o jongo.

Improvisa um verso e canta o primeiro ponto de abertura. Todos respondem cantando alto e batendo palmas com grande animação. O baticum dos tambores é violento. O primeiro casal se dirige para o centro da roda. Começa a dança.
Durante a madrugada, os participantes assam na fogueira batata-doce, milho e amendoim. Alguns fumam cachimbo, tomam cachaça, café ou caldo de cana quente para se esquentar.

O jongo é muito animado e vai até o sol raiar, quando todos cantam para saudar o amanhecer ou “saravá a barra do dia”.
Dança-se o jongo no dia 13 de maio, consagrado aos pretos-velhos, nos dias de santos católicos de devoção da comunidade, nas festas juninas, nos casamentos e, mais recentemente, em apresentações públicas.
A Dança do Jongo


Os jongueiros dançam muitas vezes descalços, vestindo as roupas comuns do dia-a-dia.

O jongo é uma dança de roda e de umbigada. Um casal de cada vez dirige-se para o centro da roda girando em sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. De vez em quando, aproximam-se e fazem a menção de uma umbigada. A umbigada no jongo é de longe.

Logo um outro entra roda, pedindo licença: “Dá uma beirada cumpadre!” ou “Bota fora ioiô!” Os casais, um de cada vez, vão se revezando até de manhã numa disputa de força, ginga e agilidade.
Durante a dança, o casal trava uma comunicação pelo olhar, que vai determinando o deslocamento pela roda e o momento da umbigada.
No jongo da Serrinha, existe um passo que se chama “tabiá”, uma pisada forte com o pé direito.
Instrumentos

O jongo é dançado ao som de dois tambores, um grave (caxambu ou tambu) e um agudo (candongueiro). O repicar do candongueiro atravessa os vales, avisando aos jongueiros das fazendas distantes que é noite de jongo.

O Jongo da Serrinha

A vida dos moradores desse morro do subúrbio de Madureira continuou bem parecida com a dos tempos das fazendas. As cachoeiras, os bambuzais, os animais selvagens, as casas de pau-a-pique, o candeeiro e o ferro a brasa continuaram a fazer parte do dia-a-dia. O espírito festivo dos moradores e a consciência da importância de se preservar a cultura negra foram fundamentais para a formação desse núcleo de famílias-artistas. As ladainhas, os blocos de carnaval, os pastoris, as casas de umbanda, o samba de partido-alto, o calango e o jongo da Serrinha ficaram famosos, atraindo a visita de intelectuais, políticos e artistas do outro lado da cidade para suas rodas de samba, festejos, umbandas e candomblés.

Seus moradores lideraram movimentos negros e de luta popular, como a fundação do primeiro sindicato do Brasil, o do Cais da Estiva, onde muitos deles trabalhavam e a fundação das primeiras escolas de samba.A partir da década de 60, muitos velhos jongueiros da Serrinha foram morrendo e, mesmo naquela comunidade, as rodas de jongo começaram a se extinguir. Preocupados com isso, Mestre Darcy Monteiro e sua família convidaram as antigas jongueiras Vovó Teresa, Djanira, Tia Maria da Grota e Tia Eulália para formar o grupo artístico Jongo da Serrinha e quebraram o tabu que impedia as crianças de participarem do jongo.
Grandes Mestres e Mestras do Jongo
Vovó Maria Joana (1902-1986) e Pedro Monteiro
Vovó Maria Joana Rezadeira
Maria Joana Monteiro, a Vovó Maria Joana Rezadeira, nasceu em 24 de junho de 1902 na Fazenda Saudade, perto da Fazenda da Bem Posta, em Marquês de Valença, interior do estado do Rio de Janeiro. Quando criança trabalhou em lavouras de arroz, feijão e café. 
Ainda criança, trabalhou na lavoura. Aprendeu o jongo na fazenda onde nasceu. Quando seus padrinhos morreram, órfã de mãe, Maria Joana foi morar no Rio com o pai, que também morreu logo depois. Foi morar em Cascadura, trabalhando como ama-seca. Depois de doze anos no Morro da Mangueira, mudou-se para a Serrinha, onde ficou até morrer. a05e9455afd68f3385b096ba24ee3d4a
Casou-se aos quatorze anos com o primo Pedro Francisco Monteiro, também jongueiro e cavaquinista. Pedro era carregador do Lloyd Brasileiro e, assim que chegou ao Morro da Serrinha, dedicou-se a trabalhos comunitários, ajudando a fundar a Escola de Samba Império Serrano. Vovó Maria cantava as ladainhas na Serrinha no dia de São Pedro, na casa de Vovó Líbia e Seu Antenor, e na quadra de ensaios do Império Serrano, no dia de São Jorge, antes da saída da imagem do santo para a procissão que percorre as ruas dos subúrbios. Vovó Maria desfilava no alto do carro com a imagem de São Jorge, pois era a mãe de santo mais popular de Madureira.
Dava o jongo em sua casa no dia 24 de junho, dia de São João, e data de seu aniversário. Aos vinte e sete anos, começou a desenvolver sua mediunidade e, após a morte de seu marido, construiu um espaço em sua casa para rituais de umbanda. Seu terreiro, a Tenda Espírita Cabana de Xangô, entrou para a história do Rio de Janeiro. Rezadeira famosa, recebia grande número de crianças e adultos com orações que os livrava de doenças como o “vento virado”, “espinhela caída”, “quebrantos” e outros males. Vovó também era parteira: muitas gerações da Serrinha foram aparadas pelas suas mãos.
Mulher de muito carisma, onde quer que chegasse sua forte presença atraía todos, que logo a cercavam para saber quem era aquela senhora tão simpática e bem vestida, com suas roupas de santo brilhantes, que ela mesma criava e costurava. Vovó dedicava todo seu tempo à caridade, abrindo a sua casa para abrigar os necessitados e oferecer-lhes um teto e um prato de comida. Em intenção a São Lázaro, o Obaluaiê da umbanda, Vovó Maria Joana realizava todos os anos na sua casa o “Banquete dos Cachorros”, ritual em que uma ceia era servida no chão, primeiramente, para os cachorros da redondeza.
Figura querida e de prestígio, cultivava amizades de artistas, intelectuais, músicos e políticos famosos. Estes, muitas vezes, vinham de longe para se aconselhar com sua ancestral sabedoria e participar dos banquetes regados a muita comida, bebida, partido-alto e jongo. Clara Nunes, que desde moça frequentava sua casa, tornou-se sua filha-de-santo, assim como diversos outros sambistas. Vovó Maria Joana sempre fez parte do mundo do samba. Ex-componente da antiga escola Prazer da Serrinha participou com seu marido, em 1947, da fundação da Escola de Samba Império Serrano, onde desde o primeiro ano desfilou na ala das baianas, além de desenhar figurinos para a escola.
Vovó Maria disse que, quando morresse, ficaria feliz por saber que tinha ensinado o jongo para muita gente e que este não iria mais acabar: “Tudo tem o seu dono. /Nós não somos donos de nada, /Mas o que recebemos temos que passar adiante.” Sua casa, na Rua da Balaiada, 124, no coração da Serrinha — ladeira onde moram as famílias Oliveira, Monteiro e Silas de Oliveira, e local de fundação do Império Serrano — ainda hoje é um núcleo que mantem vivas importantes manifestações da cultura afro-brasileira e ponto de referência para toda a comunidade e seus arredores.
Mestre Darcy do Jongo (1932 – 2001)
Mestre Darcy do Jongo, filho de Vovó Maria Joana e de Seu Pedro Monteiro
Darcy Monteiro, o Mestre Darcy do Jongo da Serrinha, nasceu em 31 de dezembro de 1932 na rua da Balaiada 124, Morro da Serrinha. Filho de Pedro Monteiro e Vovó Maria Joana Rezadeira, pertencia a uma das mais tradicionais dinastias do jongo no Brasil, sendo responsável pela perpetuação do jongo na Serrinha até os dias de hoje. Seguindo os passos do pai, Pedro Monteiro, Darcy desde cedo começou a fazer trabalhos comunitários na Serrinha. De uma família de músicos iniciou sua carreira profissional aos 16 anos, tornando-se um percussionista sensacional.
Em 1947, fundou a Escola de Samba Império Serrano, onde introduziu o agogô na bateria pela primeira vez, sendo logo copiado pelas outras escolas do Rio de Janeiro. Mestre Darcy foi fundador — com Candeia, Wilson Moreira e Nei Lopes — do Grêmio Recreativo de Arte Negra Quilombo, e também da primeira escola de samba infantil, a Império do Futuro, sendo filiado à Ordem dos Músicos do Brasil desde sua fundação. Na Rádio Nacional, acompanhou grandes nomes da música, como Geraldo Pereira, Francisco Alves, Jorge Veiga, Ataulfo Alves, Marlene, Emilinha, Herivelto Martins, Monsueto, Mário Reis. Foi coreógrafo e ritmista de um trio de pandeiros no Cassino da Urca, e atuou em diversas casas noturnas da cidade. Viajou para a França, Portugal, Inglaterra, Uruguai e Argentina, participou da Companhia de Carlos Machado e das Orquestras do Severino Araújo, Maestro Guido de Moraes, Raul de Barros e Paulo Moura. Também acompanhou o jazzista Dizzy Gillespie em suas apresentações no Brasil, participou das gravações do disco “Missa dos Quilombos”, de Milton Nascimento, e de discos de cantores como Roberto Ribeiro e Beth Carvalho.
Com sua família e antigos jongueiros, fundou o grupo Jongo da Serrinha, na época chamado Jongo Bassam, a fim de retomar as rodas de jongo e divulgar a tradição. Apresentava-se com a mãe, Vovó Maria Joana Rezadeira, com a esposa, Eunice Monteiro, a irmã Eva, o filho Darcy, a sobrinha Dely, e a jongueira centenária Vovó Teresa, Tia Maria da Grota e Djanira do Jongo. Apresentou-se com o jongo em diversos teatros do Brasil e do exterior. Mestre Darcy além de músico profissional e jongueiro participava como ogã nas atividades da Tenda Espírita de Xangô tocando tambor para sua mãe e irmã.
Muito carismático Darcy era um fenômeno tocando tambor, dançava e cantava muito bem, compôs diversos jongos e sambas, dirigia artisticamente o grupo e era uma lenda viva, um personagem que ligava as novas gerações ao passado musical da cidade do Rio de Janeiro. Dono de uma forte personalidade quebrou três tabus: introduziu instrumentos de harmonia no jongo tradicional, passou a ensinar o ritmo para as crianças e levou o jongo dos quintais da Serrinha para os palcos. Nos últimos anos, Mestre Darcy ensinava o jongo para universitários e estudantes em geral e chegou a participar da gravação de CDs de novos artistas. Ao morrer, em dezembro de 2001, deixou como herdeiro dos toques dos tambores do jongo seu filho Darcy Antônio.
Tia Maria da Grota (1920)
Tia Maria da Grota (ou Tia Maria do Jongo)
Tia Maria de Lourdes Mendes nasceu na rua da Balaiada em 30 de dezembro de 1920. Filha do pioneiro Zacarias e de Etelvina, teve nove irmãos que, juntos, fundaram o Império Serrano, entre os quais Sebastião Molequinho,Tia Eulália, Dona Conceição e João Gradim. “Imperianos” das primeiras horas, todos foram criados desde pequenos em ambiente festivo, interessando-se sempre pelo carnaval, pelas festas juninas e pelas pastorinhas. A família sempre foi presença obrigatória entre os sambistas do Império. Tia Maria saiu na Ala das Baianas da agremiação durante toda a vida. Desde pequena, assistia aos jongos e macumbas na Serrinha, embora seja católica praticante. Em 1977, foi convidada por Mestre Darcy para entrar no grupo Jongo da Serrinha. A partir daí, nunca mais parou.
Comadre de Vovó Maria Joana, nasceu na casa em frente à dela. As duas famílias sempre mantiveram fortes laços de amizade e comadrio. Muito respeitada por atualmente ser a jongueira mais antiga da Serrinha, Tia Maria tornou-se a líder do grupo. O quintal de sua casa vive cheio de crianças que passam as tardes brincando, comendo bolo de coco, canjica e sua comidinha mineira deliciosa. Querida por todos, Tia Maria faz lembrar o clima familiar da Serrinha. Nos últimos anos, sua casa tornou-se o local de confraternização do grupo, que ali ensaia e festeja antigas tradições como a feijoada em homenagem aos pretos-velhos no dia 13 de maio, a distribuição de doces de São Cosme Damião no 27 de setembro e as rodas de jongo em seu quintal. De alguns anos para cá, além de dançar maravilhosamente, Tia Maria passou a compor pontos de jongo e a cantar nas apresentações.

Esses Mestres e Mestras são alguns dos Mestres de Jongo. Na página do Jongo da Serrinha possui a história de todos os grandes Mestres e Mestras, acesse: Mestres do Jongo - Serrinha.
Alguns vídeos de Jongo:
Mestre Darcy do Jongo e Vovó Maria Joana (Mãe e Filho)
Jongo da Serrinha - CD
Conteúdo original do site Jongo da Serrinha. Divulgação pela página Iuna.com, Site da Cultura Africana.

sábado, 13 de setembro de 2014

Cantigas de Capoeira - Mestre Acordeon e Mestre Rã

Instrumentos da Capoeira
Saudações! Abaixo um ótimo Cd do Mestre Acordeon e Mestre Rã:

Mestre Acordeon 

Mestre Acordeon (Ubirajara Guimarães Almeida) nasceu em Salvador em 1943. Iniciou - se na Capoeira em 1956 e foi um dos alunos de Mestre Bimba que mais se destacou.

Em 1959, começou a ensinar capoeira para crianças e em 1961, abriu sua primeira escola denominada de Quilombos. Além de capoeirista , Mestre Acordeon foi professor na escola de Administração de Empresas da Bahia, profissão a qual abandonou para dedicar - se integralmente à Capoeira.

Fonte - Dandara
Mestre Rã

O jundiaiense é referência na capoeira nacional e internacional, sendo professor nos Estados Unidos.
A história de Cássio Martinho, o nome de batismo do mestre, com a capoeira começou logo cedo. Aos 14 anos, quando ele e mais dois amigos, um deles capoeirista, resolveram fugir de casa.
“O objetivo era ir para o Acre para virar índio. Nós éramos contra o sistema”, conta o mestre, que não chegou ao estado do Norte - o seu máximo foi morar na Bahia.
A ‘loucura’ durou poucos meses, depois voltou para Jundiaí, mas o amor pela capoeira já tinha tomado conta do jovem. “Gostava muito de assistir as rodas de capoeira.”
De volta à terrinha jundiaiense, mestre Rã conheceu o seu mentor e um dos ícones do esporte na cidade, o mestre Galo, fundador da primeira academia de capoeira de Jundiaí.
“Ele me atraiu pelas suas atitudes”, afirma.
Entretanto, mestre Rã não apreciava a prática da capoeria dentro das academias. “Eu achava que era coisa de homens frouxos”, lembra.
Com o passar dos anos, mestre Rã foi crescendo no esporte e foi dar aulas junto com o seu mentor. “Ele era um cara das ruas, como eu. Me ensinou várias coisas”, recorda.
Cantigas de Capoeira - Mestre Acordeon e Mestre Rã

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Instrumentos da Capoeira: Berimbau


Creio que a História do Berimbau todo mundo conhece , se não conhece , veja um pouco mais sobre ele:

O berimbau é um elemento fundamental na capoeira, sendo reverenciado pelos capoeiristas antes de iniciarem um jogo. Alguns o consideram um instrumento sagrado. Ele comanda a roda de capoeira, dita o ritmo e o estilo de jogo. São dados nomes às variações de toques mais conhecidas, e quando se toca repetidamente um mesmo toque, diz-se que está jogando a capoeira daquele estilo. As variações mais comuns são "Angola" e "São Bento Grande".
Fonte : Wikipédia

Mais na técnica o Berimbau é um instrumento muito complicado de tocar , consiste em usar uma vareta , pedra e o caxixi , e assim você tem que utilizar os três em ritmos sincronizados para poder realizar os toques.
O toque Iuna é na minha opinião o toque mais complicado de tocar , usando algumas variações no toque para não se tornar um toque enjoativo para quem escuta,
O toque mais fácil é o toque de angola é claro , usando somente quatro notas para poder realiza-lo , mais tambem temos que variar o toque para não ficar enjoativo como disse acima.
Existe três tipos de berimbaus , o Gunga , Médio e Viola:

Entre esses três tipos de berimbaus , o Gunga é o mais respeitado , podendo começar primeiro entre os três berimbaus ou terminar , geralmente o Mestre é o que toca o Berimbau Gunga.
O Berimbau Médio é muito usado na Capoeira Regional , ele é muito utilizado no toque São Bento Grande.
O Berimbau Viola é entre os três o mais agudo , muito usado na Capoeira Angola , e é ótimo para fazer "repiques" entre os demais .

Espero que vocês tenham gostado do post , e qualquer dúvida é só perguntar que eu responderei .

Obrigado , Até Mais.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

História da Capoeira


O Brasil a partir do século XVI foi palco de uma das maiores violências contra um povo. Mais de dois milhões de negros foram trazidos da África, pelos colonizadores portugueses, para se tornarem escravos nas lavouras da cana-de-açúcar. Tribos inteiras foram subjugadas e obrigadas a cruzar o oceano como animais em grandes galeotas chamadas de navios negreiros. Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro foram os portos finais da maior parte desse tráfico.

Ao contrário do que muitos pensam, os negros não aceitaram pacificamente o cativeiro; a história brasileira está cheia de episódios onde os escravos se rebelaram contra a humilhante situação em que se encontravam. Uma das formas dessa resistência foi o quilombo; comunidades organizadas pelos negros fugitivos, em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O maior desses quilombos estabeleceu-se em Pernambuco no século XVII, numa região conhecida como Palmares. Uma espécie de Estado africano foi formado. Distribuído em pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde no ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi, Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações da Capoeira.
Desenvolvida para ser uma defesa, a Capoeira foi sendo ensinada aos negros ainda cativos, por aqueles que eram capturados e voltavam aos engenhos. Para não levantar suspeitas, os movimentos da luta foram sendo adaptados às cantorias e músicas africanas para que parecessem uma dança. Assim, como no Candomblé, cercada de segredos, a Capoeira pode se desenvolver como forma de resistência.
Do campo para a cidade a Capoeira ganhou a malícia dos escravos de 'ganho' e dos frequentadores da zona portuária. Na cidade de Salvador, capoeiristas organizados em bandos provocavam arruaças nas festas populares e reforçavam o caráter marginal da luta. Durante décadas a Capoeira foi proibida no Brasil. A liberação da sua prática deu-se apenas na década de 30, quando uma variação da Capoeira (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente, Getúlio Vargas. De lá para cá a Capoeira Angola aperfeiçoou-se na Bahia mantendo fidelidade às tradições, graças principalmente ao seu grande guru, Mestre Pastinha , que jogou Capoeira até os 79 anos, formando gerações de angoleiros .

Fonte : Wikipédia

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